Magnífico Reitor e Presidente do Conselho Univeresitário, Professor
Dr. REINALDO CENTODUCATTE
Excelentíssima Vice-Reitora, Profª Drª ETHEL LEONOR NOIA MACIEL
Ilustríssima Presidente do Conselho de Curadores, Profª Drª SÔNIA
MARIA COSTA BARRETO
Ilustríssimos componentes do Conselho Universitário, Autoridades
acadêmicas, Autoridades administrativas, professores, estudantes, familiares e
convidados
Em especial, Ilustríssima Senhora Professora Drª Ester Abreu Vieira de
Oliveira.
Divido com os
presentes esta nota preliminar: esta história é resultado de escrita em quatro
mãos. Meus agradecimentos a Mirtis Caser, a Jorge Nascimento e a Paulo Sodré,
que continuam a expressar comigo a expectativa e o agradecimento pela concessão
do título de Professor Emérito a Ester Abreu Vieira de Oliveira.
E o que a caracteriza e institui como mulher de destaque é senão
agradecimento em cada gesto que acolhe e em cada olhar de oferta, movimentos de
determinação e coragem, de entusiasmo e vigor.
Nesse movimento, celebra e agradece, conjugando a decisão do que está
expresso como ponto de encontro entre o título honorífico de Professora Emérita
e o que se revela de sua história, com começo em Muqui, aos 31 de janeiro de
1933, filha de Ataulfo Vieira de Almeida e Maria da Penha Abreu Vieira.
Graduou-se em Letras Neolatinas em 1960 nesta Universidade e obteve
pós- -doutorado em Filologia Espanhola: Teatro Contemporâneo
na UNED – Espanha – em 2003. Professora nesta universidade, com vínculo em
1965, continua a bater com o rigor da forja seu compromisso com a educação, por
estar em exercício pleno e voluntário junto ao Programa de Pós-Graduação em
Letras, por ser membro da Academia Espírito-Santense de Letras, compor a
Academia Feminina Espírito-Santense de Letras, fazer parte do Instituto
Geográfico do Espírito Santo, da Associação Brasileira de Hispanista e da
Associação Internacional de Hispanista.
Falar com e sobre Ester de Oliveira é pensar em muitos anos de dedicação
às hispanidades, à literatura, à educação, é olhar e ver trajetória de
capacidade de trabalho e de argúcia intelectual. Essas categorias, no entanto,
não excluem a candura de quem sabe muito e possui generosidade. É
também sentir da poesia fina que lhe emana, parte da erudição dissolvida na
expressão popular e oferecida em qualquer parte do mundo onde esteja. No
curso dessa história, Dom Quixote nos conduz:
Entre os pecados que os homens cometem, ainda que afirmam alguns que o
maior de todos é a soberba, sustento eu que é a ingratidão, baseando-me no que
se costuma dizer, que de mal agradecidos está o inferno cheio. Sempre procurei
evitar esse pecado, tanto quanto me tem sido possível, desde que tive uso de
razão, e se não posso pagar as boas obras que me fazem, com outras, ponho em
seu lugar o desejo de as fazer; e quando isso não basta, publico-as, porque aquele
que publica os favores que recebe, também os recompensaria com outros, se
pudesse.
Conviver com Ester de Oliveira nos faz pensar também e especialmente em
dois versos do poeta português José Gomes Ferreira: “Porque não nasci no mundo
/ que trago em mim?”. O poeta pergunta, para responder com a defesa
entusiasmada da consagração de uma primavera de justiça entre os homens, de que
nós hoje precisamos tanto, vivendo a crescente tormenta da intolerância, do
desrespeito e do cinismo.
Uma possibilidade de resposta de Ester de Oliveira é o que percebemos no
que faz: sua atitude terna e sua ação decidida explicam que não nascemos no
mundo que trazemos em nós, porque nenhum mundo sozinho é capaz de alguma coisa
que valha efetivamente a pena e a vida. Cada ideia, cada projeto, cada
realização de Ester de Oliveira requerem que sejamos mais que nós mesmos, que
estejamos com outros, para que o mundo revele seu sentido diverso, plural,
mutante, e saibamos de todos e percebamos que um parâmetro é muito pouco para a
engrenagem maravilhosamente multifacetada do universo. Num calidoscópio em que
figuram tantos valores, modelos, crenças, lógicas, num leque de inteligências e
afetos em que tantos pensamentos e sentimentos procuram descortinar,
prescrever, definir e separar formas diversas de se conhecer e passar pelo
mundo, é necessário cuidado para não fazermos de nosso mundo próprio um
arrogante e excludente paradigma.
Ester de Oliveira sempre procurou demonstrar que é preciso perceber,
como professora e professor de língua e literatura e como cidadão e cidadã de
um mundo tão contraditório, que diante das diversas e inumeráveis caligrafias
que contornam o entendimento do mundo, não podemos nos escusar de nos orientar
e sugerir às pessoas que se sensibilizem com a composição necessariamente
plural de uma máquina do mundo ainda longe de ser compreendida e devidamente
considerada. Esse é o desenho, e esse é o canto de Ester de Oliveira.
Entre as inúmeras qualidades da homenageada, destaca-se a sua
generosidade intelectual. Ester de Oliveira tem sempre uma palavra, um título,
uma ideia, um texto para todos os que buscam sua orientação, e, quanto mais
divide, tantas e quantas alternativas lhe surgem.
Essa disponibilidade se traduz ainda na sua participação da colega nas
diferentes esferas: os eventos acadêmicos, sociais, religiosos e familiares
fazem parte de seu cotidiano, o que, associado à sua fantástica memória, faz de
Ester de Oliveira uma mulher que está em dia com os acontecimentos. Este
momento, portanto, é de celebração, porque prestar esta homenagem a Ester Abreu
Vieira de Oliveira é ação singular, e receber o título de Professora Emérita é
ato de honraria.
Ao Conselho Universitário e ao Reitor Professor Dr. Reinado Centoducatte
nossos cumprimentos.
Aos 12 de setembro de
Santinho Ferreira de
Souza
Maria Mirtis Caser
Jorge do Nascimento
Paulo Roberto Sodré
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